quarta-feira, 25 de novembro de 2009


Existe um livro infantil que chama Mania de Explicação. Ele é um daqueles livros pra criança que depois que a gente cresce precisa fazer um esforço danado pra entender. A autora (Adriana Falcão) dá descrições ótimas sobre uma série de fenômenos e sentimentos comuns entre os pequenos e entre os já crescidos. Mesmo que algum dia você tenha recebido o e-mail com o texto, recomendo a versão impressa. As ilustrações são divertidas e o livro é lindo. Aliás, não é exatamente assunto de hoje, mas eu acho um ótimo presente de natal.

Falo desse livro porque hoje mesmo busquei nele, ansiosa, a definição da palavra do momento: fé.

Fé tem sido o grande tema da minha vida nas últimas semanas.

Tudo começou com a discriminação de que confiança, aceitação e resignação, quando conjugadas, exigiam um tipo de envolvimento diferente do qual eu estava habituada a ter. Enquanto eu me esforçava em aceitar o presente, acreditar no futuro e encontrar explicações (ou aceitar que jamais as encontraria), entrava em contato com a minha fé.

Confesso que talvez seja um dos temas mais complexos sobre os quais já escrevi por aqui. Sendo um sentimento estritamente íntimo e de poucas manifestações públicas (pq já não considero fé alguns tipos de rituais radicais que vemos por aí), temos dificuldade em descrevê-la e compartilhá-la. Jamais saberemos da fé dos outros. Tudo que escrevi aqui se refere à minha fé. E eu nunca vou saber se ela é como a sua, ou se é maior, menor... Mas sei quando sinto. Acho que fé é assim mesmo: só sabe o que é quem já sentiu.

Cada vez mais vejo que a dor faz parte do cultivo da minha fé. Por um tempo achava isso meio egoísta. Só me lembro dessa força e energia maior quando tô sofrendo. Paciência... É assim mesmo que acontece comigo. É na dor que encontro a minha fé. A dor sensibiliza, desestrutura, amedronta. A fé acalenta. Regenera. Conforta. Acolhe. Em seguida, sucedem-se uma porção de bons sentimentos: fico mais confiante, persistente, resistente e sensível. E mais chorona também.

Tenho chorado muito essa semana. No final (e quase não conto isso) não encontrei uma definição da Adriana Falcão. E me dei conta do mais que óbvio: fé não se descreve. Lição aprendida, acabo esse texto por aqui e vou rezar mais um pouco.

3 comentários:

Jani disse...

Fé: palavra e 'coisa' difícil de entender/descrever/sentir/falar por aqui.
Vc foi de uma sensibilidade incrível ao escrever isso aqui!

NiNe disse...

oi ciiii
saudades de vc
de volta aos blogs né?
eu tbem


passa lá no meu depois pra dar noticias ta??
saudades
bjus

Jani disse...

Saudade de vc, Ciça!