quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Louca pra te ver chegar...


Sexta-feira o Romero e eu estivemos numa festa. Estávamos felizes, radiantes mesmo. Como acontece sempre nos casamentos, a gente lembrava do dia em que casamos, e de todos os sonhos e planos que fizemos. De quantas coisas a vida nos reservou desde aquele dia. Como estamos diferentes, como o amor mudou. Mais maduro, mais real, mais concreto. E mais forte também. Achamos que a vida estaria diferente quase 4 anos depois, e hoje vemos que teria sido impossível prever coisa alguma...
A festa acontecia até que a uma certa altura uma das músicas que tocavam se destacou. Não era estranha pra nós. É uma música da Adriana Calcanhoto que fala dos sentimentos que se tem na ausência de alguém que se ama. Não me lembro de uma vez sequer ter conseguido ouvi-la até o fim sem desabar no colo do Romero, momento em que ele me oferecia toda dose de otimismo que ele tinha pra dar. Pois foi ali, naquela festa, naquela noite linda, no meio de tanta alegria, enquanto tocava aquela música que eu me lembrei. Lembrei do quanto esperei por esse momento, do quanto desejei viver esse amor. Do amor que sempre tive, e que doía no peito por não ter para onde ir. Era difícil não ter você, filhote. Era doloroso me identificar com um “avião sem asa”, ou uma “fogueira sem brasa”. O tempo parecia não passar, questionei tanta coisa na minha vida. Foi sobretudo um andar solitário.
Foi bom poder ouvir aquela musica novamente num dia tão feliz. Ouvir e perceber que inevitavelmente tudo o que vivemos faz parte de quem eu sou agora. Da mãe que serei. Mais tolerante, mais complacente e mais humana também. Sei melhor dos meus limites e aprendi a lidar com algumas impossibilidades da vida. Olhando do lado de cá, a vida parece ter parado durante essa espera. E esses longos anos, que pareceram durar uma eternidade, hoje parecem um lapso de vida na minha história.
Pois enquanto me lembrava disso tudo, alguns amigos chamaram para brindar. Eles não sabiam da nossa ligação com a música, e nem do quanto perfeito estava sendo aquele momento para celebrarmos. Eles apenas se alegraram ao saber da tua chegada, e foi assim que sexta-feira, pela primeira vez, eu brindei à sua vida filhote.
Continuamos a te esperar. Mas agora numa contagem regressiva ansiosa e cheia de um amor que finalmente tem o seu lugar.
* Foto tirada na festa...