terça-feira, 20 de outubro de 2009

um dia feliz...




Uma foto em preto e branco,
Pra equilibrar a pitadinha
De cor-de-rosa
Que salpiquei por aqui.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

trilha sonora

"...vos ya sabés la verdad ;
que no hay nada peor para esta seriedad
que tomársela en serio.
...
vos conocés la razón,
y no hay nada peor para este corazón
que una casa vacía."




domingo, 18 de outubro de 2009

Sobre a arte de se deixar levar pelo mar da vida...


Eu a-d-o-r-o o Rubem Alves. Eu sei que há muito já passei do tempo de tietar alguém. Vai ver esse foi um hábito que ganhei na adolescência, e que não consegui abandonar. O fato é existe um bocado de gente que eu aprendi a ler, admirar e gostar. Pessoas pelas quais eu nutro uma admiração incondicional...

Eis que um dia desses, folhando um livro dele (que tá até gasto de tanto que li) me deparo com a seguinte frase:

"A sabedoria suprema não é remar, mas não fazer nada, deixar-se levar pelo mar da vida que é mais forte".

Até tu, Rubem?????

Teve um tempo na minha vida em que tudo fluía maravilhosamente bem.
Eu desejava, realizava e as coisas aconteciam. Tudo na mais perfeita sintonia, de tempo e de desejo. Foi impossível não alimentar um sentimento grandioso de onipotência e autossuficiência. Brincando com a metáfora de Rubem Alves: foi com meus remos e com meus braços que eu cheguei onde cheguei.

Até que resolvi engravidar.

Como tudo tivesse fluído antes, assim deveria ser... Mas não foi. Me deparei com a incontrolabilidade sobre a vida. E percebi o quanto era ilusória a sensação de controle sobre as minhas decisões. Antes eu só estava remando para a mesma direção que me levava a maré. E que força eu já pensei ter em meus braços!!!!!

Era pra outras praias, que o mar da vida queria me levar. Como eu não quis aquela onda, me levando pra um lado oposto. Reagi como uma criança birrenta, que de tudo um pouco faz, na esperança de retomar o controle.

Mas não adiantou remar. E não adiantou espernear. Não adiantou chorar, fazer drama, buscar especialistas. Para onde quer que eu olhasse (inclusive para o Rubem Alves) a resposta era uma só: Para não sofrer com o mar da vida, só existe uma solução... Largar os remos, e aceitar... Aceitar que outras lições viriam, antes da maternidade.

Felizmente, no mesmo texto, ele continuou me dando resposta: “Eu nunca consegui chegar a lugar algum usando remos. Sempre fui levado por uma força mais forte que minha razão a praias com que nunca havia sonhado. Foi assim que me tornei escritor, porque o mar foi mais forte que o meu plano de viagem”.

Em algum lugar, bem lá no fundo, existe em mim uma parte orgulhosa que ainda reluta em aceitar a insignificância ao decidir a própria vida. Mesmo assim, já sou capaz de me encantar com algumas das surpresas que me traz esse lugar desconhecido e não planejado...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

6 meses depois...



Faz 6 meses que não posto aqui. E acho que nesse tempo, sequer dei uma espiadinha!

Os comentários já são antigos demais pra receberem uma resposta, mas a última postagem continua tendo (muito!) a ver com a minha vida.

Ainda não sei muito bem porque parei. Talvez eu precisasse me distanciar. Algumas vezes, me organizo escrevendo. Outras, é preciso primeiro que cada coisa tenha seu nome e lugar, pra que então eu volte a produzir. E quando a gente escreve, lê depois... Meio óbvio, mas nesse processo, passa a ver as coisas com tanta clareza! E as vezes não queremos ver... Ou sentir...

A boa notícia é que acho que estou voltando...

Será que alguém ainda passa aqui?

Fui um tanto injusta com quem tinha carinho pelo meu blog. Mas sei, que se gostam de mim, também aceitam meu ritmo. É preciso reconhecer que escrever é uma atitude um tanto egoísta. É para mim que escrevo! Mas gosto da aproximação que a escrita traz. Gosto de ver quem eu gosto passando aqui.

Esse texto sai como põe pra funcionar uma máquina há muito abandonada. Vou tentar tirar a poeira de cada engrenagem. Tenho muito pra falar...